No entanto, o edifício que desenvolve boa parte das atividades com a garotada carecia da alegria das cores. E assim recebemos o gentil presente do cantor e compositor Déo Lopes. Este se propôs a fazer o que aqui chamamos de "Pintura Telúrica", pois a graça desta técnica é dar às paredes a beleza das cores da terra.
A Escola foi ganhando força da terra em suas paredes. Um tom ocre foi cobrindo toda a "pele" do edíficio. As crianças podiam assim, no dia-a-dia do início dos estudos, apreciar um trabalho tão belo e generoso.
Generosidade do Déo. Generosidade da terra.
E vendo como a Escola ia ficando bonita, nos interessou saber como que o Déo aprendeu a pintar com terra, como ele preparava a tinta. Fomos, então, indagá-lo: "Como foi que um cantor e compositor aprendeu o lido e trato com a terra para pintar?"
Ele nos contou que esse manejo sensível começou há 15 anos atrás, quando mudou-se de São Paulo para São José dos Campos e na Fundação Cassiano Ricardo, onde trabalhava, aproveitava suas folgas frequentando o atelier de Cerâmica. Assim começou sua amizade com a terra, criando potes, vasos e tantas outras técnicas possíveis com a cerâmica. Tanta pesquisa, tanta intimidade levou ele a criar tinta para pintar paredes. Ele nos contou que a mistura da tinta leva apenas terra, água e cola branca, que ajuda a fixar a mistura na parede.Vale aqui contar para vocês que já há alguns anos muitas pessoas, dentre elas arquitetos, artístas, pessoas comprometidas com a ecologia tem se voltado para o uso da pintura com terra para ambientes de uso social.
É uma pintura ecologicamente correta, que cuida do edifício e embeleza o lugar sem causar danos ao meio-ambiente. E é também uma pintura poética: Pintura Telúrica.
E mais uma vez a Mãe-Terra nos dá um presente!!!
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